"Primeiro estava tudo escuro, só ma enorme claridade vinha das frestas da porta.
Bom prefiro a claridade ao escuro. Andei em direção a porta e abri.
Era uma sala Branca, super branca.
Olhei pra cima, não consegui ver onde terminava o teto,
as paredes pareciam não ter fim.
A porta pela qual entrara parecia flutuar no ar, sem parede nenhuma para fixa-lá.
Não havia nada além do branco e de mim,que ocasionalmente ou não,
também estava de branco, quase sumindo na imensidão de branco que chegava a cegar os olhos.
Ali perdida sem entender nada, resolvi andar pra ver se encontrava alguma coisa além do branco.
Na caminhada a idéia que não saia da minha cabeça era a da morte.
A unica explicação, por mais fantasiosa que seja era de estar ali no meio do branco sendo branco e mais nada."E quando é que Deus vai aparecer pra me julgar?".
Pensei nos amigos. Se ao menos estivessem aqui pra gente zuar e perguntar repetidamente: "Mama, estás aí? Donde estás mama?", teria sido legal!
A caminhada já começava a cansar, o peso do corpo parecia ter triplicado,
"Será que tem um elefante nas minhas costas?"
Depois de tanto branco, pude ver algo diferente pela frente.
Pareciam pessoas, era pessoas.
"Será que eles tem um copo d'agua? um refresco ou coisa assim?",
Mais algumas centenas de passos, desabei!
Aos pés de uma mulher de ar esnobe,
parecia nem notar minha presença,
alias ela não estava me vendo, Não!
Antes de fechar os olhos, só pensei no copo d'agua e mais nada.
Parecia que tinham se passado horas,
mas devo te ficado com os olhos fechados nem meio segundo,
quando abri-os estava no mesmo lugar,
a mulher continuava ali, e um copo d'agua estava na minha frente.
Bebi inteiro. A agua parecia ter revigorado a alma e tirado todo cansaço da caminhada.
Levantei-me, comecei a andar e pude ver que a mulher não estava sozinha,
havia centenas, milhares, milhoes de pessoas ali.
Cada uma com um conjunto de roupas diferentes.
Havia, independente do sexo, mulheres de verde, homen de rosa.
Todos diferentes, nenhuma cor se repetia.
A não ser por alguns casais que usavam a mesma cor,
sendo assim somente um quando se via ao longe.
Ninguém parecia notar minha presença.
Eu o unico individuo de branco.
Uns ou outros de roupas claras,
olhavam fixamente pra mim,
"Hey acho que alguem foi notada aqui"
Percebi que estava sendo seguida.
Diminui um pouco o passso até parar definitivamente.
Um rapaz, não lembro de seu rosto, vestia uma ropua azul céu.
Parecia o proprio céu. Olhou nos meus olhos, segurou minha mão e foi embora.
O mesmo gesto se repetiu com o rapaz de roupa verde clara,
o de rosa claro e o de amarelo claro.
Nenhum era igual ao outro, uns mais altos,
outros da minha altura, ninguem era igual a ninguem.
No meio de tanta gente desconhecida.
achei alguem conhecido.
Ela veio até mim, com uma roupa laranja flourescente e
com aquele ar estabanado que sempre vem
quando faz tempo que não a vejo.
Me abraçou forte e disse:
"Porque você demorou tanto Kika? caramba viuh,
agente tava até desisitindo já.
Tem alguem que ta louco pra te ver .."
Dito isso ela voltou ao lugar onde estava e olhou a minha frente.
fazendo indicação pra eu olhar tambem.
Quando olhei, lá estava ELE.
De branco tambem.
"Eu lhe disse como fica bonito de branco?
Alias fica bonito de qualquer jeito.", pensei.
Ele veio até mim,com um meio sorriso no rosto.
Pegou minhas mãos, olhou nos meus olhos e me puxou para um abraço.
Abraço apertado que nem se eu quisesse consegueria sair.
Pude perceber então, que nossas roupas haviam mudado,
Não estavam mais brancas, estavam verde folha.
Um verde vivo de esperança.
Fechei os olhos, acomodei mais minha cabeça no ombro dele
e acordei no meu quarto ..."